Na comunidade de criativos e criatividade em Portugal, esta é uma semana importante. Ou melhor, é a semana onde se vai decidir uma coisa importante. No dia 25 de Janeiro em Assembleia Geral os sócios do atual Clube de Criativos de Portugal, vão votar e decidir se querem que o Clube mude de nome, por proposta da atual direção, eleita no passado mês de Novembro de 2022.
A mudança que está em cima da mesa, passar de “Clube de Criativos” para “Clube da Criatividade”, pode parecer uma mera mudança de português, mas não é. Quem trabalha em comunicação sabe que o nome que damos às coisas é importante, afinal de coisas faz sentido tratarmos as coisas pelos nomes. E esta mudança, segundo a proposta da direção é mais que uma mudança de nome, mas sim a afirmação do paradigma que o Clube é um lugar de muitos para muitos. Não é um Clube de criativos, é um lugar de todos aqueles que utilizam ou trabalham com a criatividade no mais amplo e profundo sentido do termo.






Duas perspetivas diferentes
Uma das coisas mais interessantes da iniciativa, se não a mais interessante, é colocar a comunidade a discutir o futuro do Clube. O que é o Clube (que é hoje muito diferente desde a época em que foi criado há 20 anos), o que queremos do Clube para o futuro, quem faz sentido que faça parte desse futuro. Tudo isto e muito mais, são tópicos à volta desta discussão de nomes e que são por ventura as premissas de reflexão mais interessantes.
Como em qualquer discussão, esta em particular, é importante ver as duas perspetivas do tema. Pelo lado de quem propõe, a atual direção, os argumentos são muitos, claros e bastante significativos. Mas por outro lado, podemos e devemos questionar, porquê a mudança. Isto é legítimo e muito saudável. Saber debater temas, olhando pelas várias perspetivas de forma estruturada e cordial é bom para qualquer democracia. E a contrapor os argumentos para mudança, podemos encontrar muitas e relevantes perspetivas.
Cabe aos sócios decidir
No final do dia, aconteça o que acontecer, o Clube continuará a ser o Clube, ou seja aquilo que os sócios queiram e façam dele. Seja através da sua participação para a mudança de nome, mas principalmente pelo seu envolvimento em todos os outros dias do ano. Um Clube não se faz só de nome, mas principalmente de tudo aquilo que representa para quem lhe pertence.
Afinal de contas, o Clube já cá anda há 20 anos, mudou muito desde o ano em que nasceu e soube adaptar-se às mudanças da indústria. Foi criado numa altura em que a tecnologia tinha um papel muito diferente, os meios de comunicação com as pessoas eram diferentes e as oportunidades de trabalho, também. Mas independentemente de tudo isso, o Clube continua hoje ainda a ser uma referência incontornável para a toda a comunidade, seja dos criativos, da criatividade ou de qualquer outra coisa que lhe queiramos chamar.
Fotografia © Markus Spiske (Unsplash)