Como se criam os interfaces dos serviços públicos do futuro?

Os serviços públicos do futuro (digitais ou não) ? dificilmente se conseguirão coadunar com visões parceladas do Estado, sejam estas visões alicerçadas em áreas governativas ou competências das entidades públicas. Um país e a participação democrática dos Cidadãos nos temas que lhes dizem respeito, tem que ser muito mais que o contacto com um amontoado de organismos públicos, mais ou menos comunicantes entre si. Os serviços públicos do futuro mais que dividir a relação dos Cidadãos com o Estado em várias “repartições”, podem e devem olhar para esta relação de forma una e integrada. No final do dia o Cidadão deveria relacionar-se com o Estado como um todo e não com partes específicas dele.

Para que tudo isto aconteça, não é necessária uma transformação, é necessária uma revolução! Revolução na agregação dos pontos de relação dos Cidadãos com o Estado. Revolução na simplificação dos modelos de interação. Revolução nos processos de trabalho e escalabilidade das soluções. Uma visão que construa os alicerces fundamentais dos serviços públicos digitais do futuro e seja capaz de definir também, como devem ser desenhados e desenvolvidos (seja para que dispositivos digitais for) os interfaces que lhes dão tangibilidade.

E é precisamente este o contributo que pode dar o Ágora Design System, o sistema de desenho e desenvolvimento dos interfaces do futuro dos serviços públicos digitais em Portugal. Um sistema feito a pensar na transversalidade dos serviços públicos e da relação dos Cidadãos com o Estado. Pensado de raiz de forma evolutiva, iterativa, modular e escalável. Aberto à experimentação e transformação em tempo real das necessidades das equipas da Administração Pública.

Inspirado pela ideia da “ágora” antiga como o lugar central de encontro dos Cidadãos para partilhar e discutir o seu quotidiano. Debater problemas e encontrar consensos. O Ágora Design System representa um esforço fundamental para a eficiência na utilização dos recursos do Estado, em todos os seus níveis de serviço aos Cidadãos, independentemente das suas estruturas políticas de governação. Orgulhosamente “incompleto”, mas público desde o primeiro dia, o sistema está acessível a todos aqueles que o queiram utilizar, mas igualmente enriquecer.

Fotografia © Iker Urteaga (Unsplash)