É comum dizer-se que o tempo passa a correr e passadas quase 10 conversas dos “Design systems tratados por tu” é impossível não sentir uma sensação muito parecida com essa. Um projeto que começou simplesmente com o objetivo de tempos a tempos juntar a comunidade de UX, UI, Product Design e Frontend Development portuguesa ou a trabalhar a partir de Portugal, para em conjunto refletir sobre a prática dos design systems, ao final de alguns meses é justo dizer que representa muito mais que isso.
Ao longo das quase 10 conversas deste ciclo de webinars, sempre com o extraordinário apoio do Clube da Criatividade de Portugal, muitas coisas foram acontecendo. É claro e reconhecido hoje que o trabalho na área dos design systems está num nível de maturidade muito interessante em Portugal. As conversas, conseguiram trazer para o espaço público o trabalho valioso de muitas equipas e profissionais que, salvo seja, estão quase na porta ao lado da nossa. As muitas partilhas a que fomos assistindo, deixaram também muito evidente, que os design systems, um pouco como o UX, o UI, o Product Design e o Frontend Development, podem se servir de fórmulas, mas é a adaptação íntima destas fórmulas a cada contexto que cria propostas de real valor. O que é uma verdade absoluta no contexto de uma marca ou equipa, pode não o ser de todo noutro contexto completamente diferente e não vem nenhum mal ao mundo se isso acontecer.
Em jeito de nota pessoal, confesso que me é cada vez mais difícil definir o que é um design system. Quando pensamos num design system, o senso comum tender-nos-á a levar a pensar num entregável palpável e tangível. Claro que os design system têm os seus artefatos, nada disso está em causa. Mas podem ser muito mais que isso. Podem ser abordagens metodológicas pensadas do princípio ao fim, capazes de transformar de alto a baixo a forma de trabalhar das equipas e das organizações, melhorando a sua comunicação e no final do dia os produtos de criam.
Olhando pela perspetiva dos design systems não só como entregáveis mas principalmente como processos de transformação, abrem-se infinitas novas perspetivas de explorar o tema. Para a 10ª conversa do ciclo, o desafio passou por tentar levar este conceito mais longe. Ao contrário daquilo que é habitual nas conversas, os nossos convidados não têm nenhuma relação com o mercado português. Desde o outro lado do Oceano Atlântico o Thiago Hassu e o Alexander Arrebola, vêm partilhar connosco o trabalho que a Meiuca tem feito ao longo dos anos na afirmação dos design systems, precisamente como um processo mais que uma coisa finita em si mesma.
Décima sessão será com a Meiuca
Depois de se conhecer a Meiuca é impossível ficar indiferente ao seu trabalho numa série de áreas. Afirmam-se como uma “intersecção entre projetos, iniciativas de educação e produtos digitais” a frase não é exagerada. Na Meiuca encontramos um conhecimento exímio e open-source sobre design systems, mas também propostas educativas muito estruturadas sobre o tema. Encontramos trabalho para algumas das maiores marcas do Brasil, mas também a Meiuca Org, o braço sem fins lucrativos da agência. Encontramos uma visão focada no projeto e no seu lado metodológico e analítico, mas também uma profunda consciência do design enquanto transformador social e ferramenta para uma sociedade mais justa e inclusiva.
É sobre tudo isto e muito mais que vêem conversar connosco o Thiago Hassu (Founder e CEO) e o Alexander Arrebola (Partner e CTO). Sobre tudo isso e naturalmente, também sobre os desafios e aprendizagens pelos quais tem passado a agência na construção do seu design system open-source, o Jota e a experiência de formar através do seu curso online (integralmente traduzido em linguagem gestual) milhares de profissionais.
Fotografia © La-Rel Easter (Unsplash)