Os design systems não se tornaram num dos tópicos mais quentes no trabalho das equipas de product design, sem mais nem menos. O papel que ocupam hoje no dia a dia das equipas de design e development, ao serviço das equipas de produtos digitais, é o somatório de uma série de evoluções.
Primeiro que tudo do aumento da complexidade dos produtos digitais. Os produtos digitais que temos hoje, são bem diferentes daqueles que tínhamos alguns anos atrás, quando desenhávamos e desenvolvíamos produtos para resoluções de 800×600. Os produtos são infinitamente mais complexos e as mais-valias que colocam ao serviço dos utilizadores, também. Isto não representa só um aumento de funcionalidades, mas obriga a que as equipas se adaptem forçosamente a processos de trabalho mais ágeis e partilhados. E aqui os design systems podem ajudar.
Por outro lado, mesmo em grandes empresas, a eficiência orçamental é sempre uma mais-valia importante. Nenhuma empresa gosta de duplicar investimento a fazer as mesmas coisas. Olhando assim é fácil que a premissa não levante grandes dúvidas. Mas, ao vermos com alguma atenção o quotidiano de algumas empresas, encontramos não poucos casos, onde equipas diferentes estão a gastar dinheiro a fazer exactamente as mesmas coisas, ou por outras palavras, a desenharem e desenvolverem exactamente os mesmos modelos de interfaces. E aqui os design systems podem ajudar também.
Ainda sobre as evoluções que trouxeram os design systems ao local onde se encontram hoje, ao falarmos desta ferramenta, nunca podemos esquecer o contributo que esta pode dar à escalabilidade de boas soluções. Todas as empresas ambicionam construir as melhores experiências, utilizar as melhores boas práticas de acessibilidade e usablidade, ou garantir que o tom com que se relacionam com os utilizadores é sempre o mesmo. Especialmente em grandes organizações, nada disto acontece sem se conseguir escalar boas soluções. Aproveitar o que de melhor se faz e através de processos de partilha aplicar estas soluções em todos os produtos digitais da empresa. E aqui, claro está, os design systems também podem ajudar.
Os desafios dos design systems
Se procuramos online informação sobre design systems, é fácil encontrar muitas e boas referências. Com todo o tipo de perspectivas, abordagens e utilização de várias ferramentas. Em muitos desses conteúdos, encontramos muitas vezes, aqueles que são elencados como os maiores desafios do trabalho com design systems. Sejam os processos de comunicação entre as várias equipas, a necessidade de encontrar métricas que suportem a análise do impacto dos sistemas na organização, a dificuldade de envolver diferentes áreas de negócio da empresa neste processo, muitos são os desafios que designers, developers e não só, conseguem identificar sem grande esforço.
No meio destes desafios, encontramos também muitas vezes tópicos relacionados com a documentação dos sistemas. Sejamos francos. Documentar é uma tarefa de extraordinaria importância. Mas a verdade é que é também uma tarefa complexa, que exige tempo e no dia a dia atribulado das equipas muitas vezes fica para segundo plano. Estudos como o Mapa dos Design Systems em Portugal 2022, dão corpo e voz a estes desafios. Uma percentagem muito significativa das equipas, cerca de 42,5% diz, segundo este estudo, que um dos maiores desafios no trabalho com design systems, é precisamente o trabalho de documentação.
Encontrar modelos de documentação ágeis
Partindo do desafio mas também da importância da documentação para a escalabilidade dos design systems nos produtos digitais da empresa, a reflexão que é importante ser feita é “como?”. Como é que a equipa pode adoptar um modelo de documentação que garanta a qualidade dos recursos, mas também seja possível implementar naquele que é o dia a dia a mil das equipas de design e development? A resposta não é simples, é verdade. É fundamental que cada equipa procure as suas soluções. Compreenda o seu contexto e seja capaz de encontrar as suas “fórmulas perfeitas” (se é que estas existem).
Tendo consciência que em design systems o contexto de cada empresa é absolutamente irrepetível e isso deve fazer com que cada equipa, procure as suas próprias soluções ao invés de copiar simplesmente soluções de outras equipas, olhar em redor na indústria à procura de referências, pode sempre ajudar a começar o processo. No que toca à documentação de sistemas, temos hoje no mercado incríveis soluções e uma delas é sem sombra de dúvidas o Zeroheight.
Zeroheight e design systems
O Zeroheight é uma ferramenta de documentação de design systems que permite construir de forma muito simples e ágil plataformas de informação online. Estas plataformas podem, no contexto dos design systems, servir essencialmente como uma fonte de conhecimento partilhado entre toda a equipa e agregadora de toda a informação que as equipas de produto necessitam para implementar o sistema. Para além de uma construção simplificada, o Zeroheight existe principalmente pela sua relação com a área de trabalho dos design systems. É muito mais que uma solução para a construção de plataformas de informação, mas uma solução feita à medida para a documentação de design systems.
Uma das suas características mais importantes é a facilidade de integração com outras ferramentas como o Figma ou o Storybook. Ao tornar possível ligar aquilo que acontece dentro do Figma e do Storybook com a informação que é apresentada na documenhtação do Zeroheight, a ferramenta não está só a facilitar o trabalho de documentação das equipas de design e development. Está também fundamentalmente, a garantir que aquele centro de documentação será sempre a grande fonte da verdade do sistema. Atualizado com as evoluções mais recentes e um espaço onde todas as equipas poderão encontrar as peças de informação mais relevantes para o seu trabalho.
Exemplos de design systems com Zeroheight
Em qualquer processo, todas as alturas são boas para procurar boas referências e inspirações. Neste processo de documentação de design systems, isto faz ainda mais sentido. Quer estejas agora a começar o trabalho de documentação de um design system, ou a pensar como evoluir o modelo de documentação que já existe no sistema, explorar exemplos de outras equipas pode sempre dar uma boa ajuda.
É importante não esquecer e nunca é de mais repetir, que aquilo que funciona numa equipa pode não funcionar noutra. É fundamental olhar para outras referências sempre com bastante sentido crítico. Mas, para te ajudar neste processo de documentação de design systems, utilizando quem sabe o Zeroheight, aqui ficam algumas referências de sistemas que utilizam a ferramenta como base de documentação.
Decathlon Design System
Design system da Decathlon
Aesol DSM
Design system da Aesop
GaYa
Design system da Natura & Co
Dharma DS
Design system da Dotz
Ocean DS
Design system da Blu
Snorkel
Design system da Industry Dive
Ahoy Design System
Design system da Teamleader
Ágora Design System
Design system da República Portuguesa
Full DS Standards
Design system da Fullsix Portugal
Grupo Primavera Design System
Design system do Grupo Primavera
Referências adicionais
O Zeroheight é hoje uma ferramenta com bastante visibilidade na indústria. Muitas são já as equipas e os design systems que o utilizam como base de trabalho. Para além de todas as referências anteriores, aqui ficam igualmente mais algumas que podem enriquecer ainda mais esta pesquisa.
- Alma (Dasa)
- Ark Design System (AsiaYo)
- Pakket Design System (Lion Parcel)
- Brainly Design System (Pencil)
- Ola (Marketgoo)
- Bricks (Iziwork)
- Planview Design System (Planview)
- K Design DNA (K Group)
- Flapjack (Zeroheight)
- BiblioCommons Design System
Um trabalho que nunca acaba
Uma das coisas mais fantásticas do trabalho de produto digital é a sua base iterativa. É sempre possível melhorar um produto digital e a experiência que este oferece aos seus utilizadores. Um conforto de que poderemos sempre fazer melhor, no desconforto de um processo que se torna infinito.
O mesmo acontece com a documentação dos design systems. Os design systems podem e devem eles mesmo ser um produto. Fruto de um processo contínuo de melhoria de todos os seus aspectos, inclusive os seus modelos de documentação. É certo que isto gera um desafio à perseverança das equipas de manter a consistência e a qualidade de um projecto que na prática nunca estará “fechado”. Mas, a oportunidade de podermos todos os dias fazer cada vez melhor, não será algo pelo qual vale apena ser perserverante?
Fotografia © David Bruno Silva (Unsplash)