Desde o princípio daquilo a que chamamos de world wide web, que esta rede global tem como premissa tornar o conhecimento acessível a qualquer pessoa. Desde o seu início, que Tim Berners-Lee, o inventor da web, refere que “é importante que a internet se mantenha livre e acessível”, seja em que circunstância for.
A verdade é que esta world wide web trouxe consigo uma democratização fantástica no acesso e criação de conteúdos. Seja em que área do conhecimento for, para fins públicos ou privados, na atualidade qualquer pessoa pode ser um produtor de conteúdos. Bem sabemos que os tempos atuais colocam também em evidência a problemática da credibilidade desses mesmos conteúdos. Aquilo que começou por ser democrático, começa agora a questionar se não estará em alguns casos a matar essa própria democracia.
Seja como for, uma conclusão é clara. Existe hoje um volume de conteúdos imenso a circular na web. Em todas as áreas do conhecimento, a web veio facilitar em muito o acesso a todo o tipo de informação.
Compreensão da informação
Contudo, quando falamos de informação de forma tão abstrata, é importante ter em atenção um contexto maior. Aquilo a que normalmente denominamos de “informação”, pode ser o resultado de um processo mais complexo de estruturação de pensamento. Nathan Shedroff numa das suas publicações, defendia que a compreensão de qualquer tema, acontece segundo um processo muito particular em quatro momentos distintos. Dessa forma, o autor referia que tudo começa com acesso aos dados. Dados que por sua vez, depois de interpretados, darão origem, aí sim, a informação. Essa informação em alguns casos poderá dar criar um pensamento mais profundo, o conhecimento. No final, dependente do processo de amadurecimento, esse percurso poderá terminar naquilo a que normalmente chamamos de sabedoria.
Partilha de conhecimento
Independentemente das discussões mais elaboradas que possamos ter sobre o que é ou não a informação, uma coisa é bastante evidente. Também o design, muito em especial o design digital, tem beneficiado em muito nos últimos anos de toda a democratização e abertura na produção de conteúdos. Para além da prática do projeto em si, existem cada vez mais designers (e não só) a partilhar ideias e ferramentas, que de diferentes maneiras influenciam em grande medida, outros designers naquilo que são os seus desafios do dia-a-dia. Para além da partilha generosa, toda esta dinâmica, veio contribuir de forma determinante, para uma maior transparência e educação não só da área em si, mas também do senso comum naquilo a que diz respeito a prática do design, seja qual for a sua disciplina.
Em todo este enquadramento, por conseguinte, existe uma problemática bastante recorrente, especialmente em contextos onde o tempo é em si um bem cada vez mais precioso, o volume. O volume de conteúdos que possamos querer acompanhar no dia-a-dia, é massivo. As fontes de informação à nossa disposição, mesmo quando nos interessamos por tópicos mais específicos como o user experience (UX) ou o user interface (UI), são quase impossíveis de acompanhar dado o volume de conteúdos que são publicados todos os dias.
É cada vez mais um desafio gerir e manter organizadas todas as referências de leituras interessantes que temos à disposição, que em muito podem beneficiar a aprendizagem de um determinado tema, especialmente em áreas tão práticas como é o caso do digital product design.
RSS
É precisamente aqui que os RSS podem ser uma ajuda muito valiosa no quotidiano, na organização e leitura de todo este volume de referências e conteúdos. Embora fosse uma ferramenta muito popular no primórdios da internet, com o tempo foram caindo em desuso. Contudo, nos últimos anos, pelo aumento significativo do volume de informação disponível, o RSS voltou em força ao imaginário dos utilizadores.
RSS é a abreviatura de “Really Simple Syndication” e diz respeito a uma funcionalidade muito comum, especialmente em websites noticiosos, que permitem a qualquer leitor acompanhar em tempo real tudo o que aí é publicado.
De forma bastante simples, é como uma ligação directa a cada website que podemos estabelecer, independentemente da sua presença em qualquer rede social. Naturalmente, as redes sociais são uma excelente forma de acompanhar a publicação de conteúdos, mas obriga a que cada website, mantenha a sua própria página.
Ler e organizar referências em RSS
Para utilizar os RSS de um determinado website (ou vários), basta ter um programa, vulgarmente denominado de leitor de RSS. Existem atualmente no mercado bastante soluções, muitas delas gratuitas. Uma das ferramentas mais utilizadas atualmente é o Feedly. Esta ferramenta, que dispõe de uma subscrição gratuita, permite através de um interface bastante simples organizar todas as nossas referências online.

Através de um leitor de RSS como o Feedly é possível ver quais os websites com novos conteúdos publicados, organizar estas referências por categorias, marcar como lidas, partilhar com terceiros e muito mais, isto sem nunca sair da mesma plataforma. Por exemplo, evitamos andar de website em website, todos os dias a tentar perceber o que há de novo e que possa valer a leitura.
Dentro do Feedly é possível ainda encontrar muitas outras referências de leituras temáticas, para além de todas daquelas que possamos já conhecer ou seguir. Da mesma forma, o Feedly está também disponível em aplicação mobile. Esta solução pode ser uma boa alternativa para rentabilizar o tempo das nossas leituras ao longo do dia, sejam elas relacionadas com digital product design ou não.
Fotografia © Michael Podger (Unsplash)