Mitos de UX para todos os gostos

São muitos os mitos com os quais se depara quem todos os dias tem a responsabilidade de pensar, desenhar e desenvolver novos produtos digitais. Na verdade, muitas vezes, são estes mitos, que estão, erradamente, na base de inúmeras das decisões importantes para os projetos em momentos cruciais. Se pensarmos na transversalidade de áreas de competência que são necessárias para construir um produto digital, é fácil perceber a complexidade da tarefa. Assim, é necessário muitas vezes, num mesmo projeto, independentemente das metodologias utilizadas, conseguir coordenar e articular diferentes perfis de profissionais.

Por consequência, tantos perfis de profissionais, torna também necessário articular áreas de competência muito distintas, cada qual com as suas especificidades. Quantas mais áreas de competência envolvidas, maior é o número de mitos associados, que no final do dia se traduzem em processos de decisão complexos e sem a objetividade e fundamentação que deveriam. É essencial em qualquer projeto, especialmente nos relacionados com produtos digitais, ter consciência que os mitos existem, saber identifica-los, questionando sempre tudo o que é assumido como um dado adquirido.

Mitos há muitos

Em torno da área de UX, como não poderia deixar de ser, também encontramos muitos destes mitos. Ideias erradas que se vão propagando nas equipas e que a dada altura de tantas vezes que são repetidas já se tornam lugares comuns perfeitamente aceites. É importante estar atento a estes mitos. Saber desconstrui-los com conhecimento sustentado sobre o que é e não é user experience (UX). Aqui partilhamos alguns dos mitos que se vão encontrando à mesa. Claro, como não poderia deixar de ser, que esta não é uma lista fechada ou por ventura as únicas falácias em torno da área. É sim, mais um apanhado de “mitos” e um contributo para discussão deste tema em muitas das realidades do dia a dia das equipas de transformação digital.

Este é essencialmente um esforço para a identificação dos mitos mais comuns que circundam muitas das áreas de competência relacionadas com o desenho de produtos digitais. Facilmente te vais deparar numa qualquer reunião com qualquer uma destas ideias. Quando algum destes mitos aparecer, tens uma missão difícil pela frente. Terás que com toda a arte, mestria e capacidade de argumentação desconstruir cada uma destas ideias erradas.

O desafio que te deixamos com base nesta lista de mitos é o seguinte. Olha para cada uma das frases. Reflete se achas que a premissa expressa é ou não verdade. Se acreditares que não é verdade, tenta construir um argumentário que poderia ajudar a justificar aquela frase como um mito, como uma ideia errada. Esta é uma sugestão de exercício pessoal. Um desafio que te pode ajudar a estar preparado no dia que te deparares com algum destes mitos. Nesse dia, depois deste exercício, estarás mais preparado para o desmontar.

Fazer as perguntas certas

Em última linha, os mitos traduzem-se quase sempre num único desafio: fazer as perguntas certas não deixando nenhuma questão sem resposta. A bem da verdade, fazer as perguntas certas e a procura incessante pelas respostas é a única ferramenta que temos para descobrir e desmontar qualquer mito, seja em que área de competência for.

Podemos acreditar que um mito é no final do dia, uma pergunta que ficou sem resposta ou uma questão com a qual nos contentámos com a resposta mais fácil. A preguiça aliás, é uma das características que mais contribui para a criação de mitos, pelo menos daqueles com o sentido que aqui falamos. Cabe a cada um de nós, a cada designer, que trabalhamos todos os dias em transformação digital e muito particularmente em UX, assegurarmos que as decisões nos projetos são tomadas tendo por base mais a voz dos utilizadores do que a voz do “achómetro” de cada um de nós.

Fotografia © Warren (Unsplash)